quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

ENTÃO MORRA...

A resposta do Prefeito de Manaus, Amazonino Mendes a uma moradora de área de risco (invadida), reflete não apenas a falta de educação do ilustre e conhecido personagem. Mas também, e principalmente, o fato de que governantes em nosso país querem ser obedecidos cegamente. Quando não... bem então morra.
Mas o mais interessante para mim em todo esse episódio foram as coincidências de atitudes, vamos analisar:
Todos os dois estão errados, sim, com certeza. Ela por ocupar sem autorização legal uma área (pública ou privada) que não lhe pertence e que traz risco de morte para si e para sua família. Mas o que se pode dizer, é que a miséria e até mesmo a falta de conhecimento e educação perdoam e nos fazem relevar um pouco este erro, num país onde os erros de nossos governantes se sucedem na mesma proporção de velocidade e quantidade da água saindo de uma torneira quebrada.
E ele, o Sr. Prefeito, estava errado por ressuscitar todo o espírito dos velhos “coronéis de barranco”, dos antigos seringais. A virulência da resposta dada à quem esperava uma solução, é bem digna desse passado, “ou você faz como eu quero, ou morre”.
Mas a coincidência que me marcou mais profundamente em toda essa história, foi que cada um é responsávelpela situação do outro. Gente como aquela senhora é responsável por Amazonino (e outros por esse Brasil a fora), estarem onde estão.
E políticos como o prefeito de Manaus são os responsáveis por aquela senhora (e outras tantas Marias e Joões) estarem vivendo em condições que tais.
A nossa (ou minha) esperança, é de que uma vez que os governantes, não conseguem tirar esse povo de sua situação de risco. Que um dia esse povo tire os governantes da situação de mando.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Uma Questão Semântica


Eu tinha prometido a mim mesmo não falar de política aqui nesse espaço. Pra ver se o mau cheiro dessa área não me atingia mais do que já atinge todo dia...
Porém, como na verdade foi uma questão semântica, abro uma exceção.
Refiro-me à discussão ocorrida há alguns dias no senado, entre a ilustre Senadora Marta Suplicy (será que ela paga royalties ao ex-marido pelo uso do nome?), e o mais que ilustre (beletrista e imortal), Senador José Sarney, respectivamente Presidente e 1ª Vice-Presidente daquela prestigiosa casa. Bem, a discussão acima citada, foi a que envolveu a importantíssima questão nacional, se deveriam ou não chamar a Presidente Dilma Roussef de Presidente ou Presidenta!!! Aqui entre nós, o país pegando fogo (na mesma semana o governo havia anunciado cortes na faixa de 50 bilhões) e os dois discutindo semântica e gramática!!!
E o pior, a imprensa nacional ainda abre espaço pra esse tipo de disparates. Será que ninguém nunca avisou a esses dois que eles estão lá, pagos com nosso rico dinheirinho, para legislar e nos representar com dignidade e integridade ? (ui) E se não o conseguem, que pelo menos não façam papel de babacas em cadeia nacional?
Será que a distância que nos separa -Senado e povo- chega a ser tamanha, que além de pouco trabalharem, ou usarem seus respectivos mandatos apenas para se auto favorecerem (como no caso do emprego pro namorado da neta do Sarney), eles ainda nos fazem assistir esse festival de asnices e asneiras.
Vamos e venhamos, esse tipo de conversa (fiada), se existir, que se restrinja à sala do café. Ou aquele papo de elevador. Mas, quando ocuparem a tribuna, representando o povo que lá os colocou, tenham pelo menos um comportamento mais digno e correto, que de um participante do BBB.
Atenção senadores (sei que não vão ler isso), VOCÊS SÃO SERVIDORES PÚBLICOS. Extremamente bem remunerados, indecentemente cercados de mordomias, mas, mesmo assim; SERVIDORES PÚBLICOS. Então, tenham a sensatez e a vergonha na cara, de nos servirem com dignidade.  

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Puro e Sem Gelo

      Puro e sem gelo, porque assim deve ser levada a vida, da forma mais natural e simples possível, como a dose de uma boa bebida, o amor de uma bela mulher, o abraço de um filho.
      Puro e sem gelo, porque assim é que eu gosto de viver, em grandes e puras doses de emoções sem mistura e sem frescura.
Puro e sem gelo, porque o simples é mais elegante e sofisticado que o complicado. Como um poema de Pessoa, uma música de Bach, ou uma pintura de Dali.
      Puro e sem gelo, porque não é possível ter medo, porque quanto mais terrível for o mundo, mais fascinante ele fique.
      Puro e sem gelo, a cowboy, descendo ardendo na garganta, queimando como o sol tropical, para estabilizar apenas no destino.
      Puro e sem gelo. Divirta-se, pois com certeza eu vou estar me divertindo.