Há que guardar segredos e saberes,
E jamais deixar que a luz de teus
Olhos fulgure além dos cílios.
Há que aquietar pulsações e tremores,
E jamais permitir que vejam
O quanto vale o teu braço.
Há que calar salmos e palavras,
E jamais deixar que tua língua
Vá além da barragem dos dentes.
Há que soprar velas e cobrir lumes,
E jamais permitir que teu brilho
Ultrapasse os limites do cinzento.
Há que ser radicalmente maleável,
E jamais deixar tuas arestas
Penetrarem o útero da lua.
E que teus pés não vão tão depressa,
Ou que teu peito liberte rumos,
Nem que tua boca cuspa trovões...
...muito tranqüilo.
Calmo, preciso e silencioso
Como o bote da serpente.
Rio de Janeiro,1990
Finalmente criei o email certo para poder comentar aqui! rsrsrs
ResponderExcluirAdorei os versos mas faltou assinar no final... =p
Bejoks da sua filha que te ama muito!